2ª parte: cotinuação da postagem do dia 29/10/12
Tons cinzas de Cinderela
(ou 100milhões de Cinderelas nas cinzas?)
A guerra dos sexos
Quando pensamentos agem sobre outros pensamentos se torna
possível formarmos nossa informação. E como comentei numa postagem anterior : Como
Falar de Livros que não Lemos, falo de Cinquenta Tons de Cinza.
Uma foto da autora com um sorriso largo: Sexo não tem regras.
E acrescenta: O sexo faz parte de nós. Pergunta óbvia’. Você não
sabia?
O livro nasceu de uma brincadeira na internet e se
transformou numa estratégia de marketing. O marketing é a excelência no domínio
do cérebro na conquista de mentes, já que sabe como estimular lembranças do
passado, estados futuros. Sexo é a ordem do dia, função necessária para a
procriação, recompensada com prazer. Seres imaginários os têm, vampiros,
morto-vivo, bruxos, lobisomens. Todos fazem sexo. A civilização é comandada por
alguns poucos. ELES falam, os 90% obedecem. Os contos de fadas criam imagens
cruéis. A neurociência nos abre a informação: vivemos a queda do centro de nós
mesmos. Livre-arbítrio é uma ficção. O além é uma fixação. A gente é cérebro.
Os memes dominam. O cérebro pode ter danos.
A vida da mulher é rotina. Quem não quer um orgasmo! Sucesso!
Erika (E.L.James) explica que o livro é um conto de fadas. Nasceu de
Cinderela, de seu príncipe, do filme de vampiros, O Crepúsculo, e DA
NECESSIDADE DO MERCADO: sexo para mulheres. Nada de mais, os contos de fadas
são cruéis. E fomos cridas com eles. Lembram
daquele que a bruxa prende Joãozinho e Maria numa gaiola para comê-los depois?
Madrasta humilhando Cinderela. Tá aí! Humilhação – Anastasia Este sentimento agride.
Cristian espanca o bumbum da garota. Afinal ele é um sujeito traumatizado, dá
surras, coloca fetiches dentro do corpo da mulher, obrigando-a a andar para ter
sensações, a usar vendas, algemas, tudo que submete uma mulher à dor.
Imobiliza-a física e moralmente. O abuso sexual o instigou na vida a chicotear
as mulheres. Nosso cérebro faz nosso comportamento. Fora da situação sexual
continuamos os mesmos.
Freud decifrou a alma feminina? Que mito! Com conceitos retrógrados do milênio passado! E vi o filme Um Método Perigoso! Jung e Freud. O filme é uma obra prima. Freud e Jung. Cenas à parte. Ouvi só, na conversa deles sobre o método psicanalítico, expressões: talvez, pode ser, isso representa algo para você, você mistura superstição. E uma cena que me parou. Parecia o Cristian açoitando a Anastasia. Vi Jung açoitando o bumbum da amante-paciente-com problemas histéricos. Esclareço que é ela que pede. Mas ele aceita. Bate. E sabem por quê? Sabina só sentia prazer na dor. E muito interessante, também, é forma como ele foi influenciado por um ‘paciente com problemas mentais’, enviados por Freud. Açoitar a amante foi também um prazer para ele! O filme diz tudo, num linguagem nota dez. Só podia dar no que deu. Freud associa o sexo à morte. Yung, o sexo à dor. Fico com Darwin. Sem alma. Sem dor.
Em uma entrevista, a autora se declara tão pervertida quanto
quem a lê. Mas diz que conserva sua integridade! Conceitos são forjados.
Integridade é nome abstrato.Freud decifrou a alma feminina? Que mito! Com conceitos retrógrados do milênio passado! E vi o filme Um Método Perigoso! Jung e Freud. O filme é uma obra prima. Freud e Jung. Cenas à parte. Ouvi só, na conversa deles sobre o método psicanalítico, expressões: talvez, pode ser, isso representa algo para você, você mistura superstição. E uma cena que me parou. Parecia o Cristian açoitando a Anastasia. Vi Jung açoitando o bumbum da amante-paciente-com problemas histéricos. Esclareço que é ela que pede. Mas ele aceita. Bate. E sabem por quê? Sabina só sentia prazer na dor. E muito interessante, também, é forma como ele foi influenciado por um ‘paciente com problemas mentais’, enviados por Freud. Açoitar a amante foi também um prazer para ele! O filme diz tudo, num linguagem nota dez. Só podia dar no que deu. Freud associa o sexo à morte. Yung, o sexo à dor. Fico com Darwin. Sem alma. Sem dor.
Ao livro.
Fiz três incursões no livro. Em poucas linhas, chicotadas, já
citada na primeira postagem;, em outra, numa livraria, o tirei da pilha de megassucessos: “Ele passava óleo de bebê
na minha b... A outra, por acaso, três linhas das primeiras cem folhas. Já sei
que nada acontece nelas.
O personagem, Cristian, procurando vítima para extravasar seu
trauma sexual. Até aí, um homem rico, abusado por uma mulher. Sempre a velha
desculpa. Isso lhe deu o direito de açoitar uma jovem virgem — tirada do começo do século passado, virgindade e inocência defendida. Assim era, não é Freud? : ‘As mulheres nem sabiam nem como nascia um bebê’. Ah! Ele a
encontra e a faz vítima de sua trama. Ela é uma Cinderela, e ele vai mostrar-lhe
que sexo e dor andam juntos, enfim um
homem mentalmente pervertido e traumatizado que achou uma mulher que se
submeteu a ele. Homem rico é assim, toma
as mulheres, o pobre é que estupra, dizem no dia a dia. Verdade? Conhecem a
história do Barba-azul?
Concluí que é uma história coreografada para incluir o sexo
sadomasoquista. Me lembrei do Marquês de Sade... Site pornográfico inventa até
historinhas legais. Claro que às vezes tratam as mulheres como animais (batendo
no bumbum para ver a qualidade, tal qual se fazem em alguns animais), mas
talvez eu não tenha me aprofundando e seja assim mesmo. Passeio romântico entre
príncipe e Cinderelas, em interpretações tortuosas dos contos de fada. Tudo
coreografado para incluir o sexo sadomasoquista. O milionário, a jovem
inocente, virgem (aliás, uma jovem
brasileira – na internet- conseguiu um milhão e meio de dólares para ser
desvirginada. Esperta! A virgindade vale ouro, meninas, guardem as suas como
tesouro. Os tempos são outros. A propósito, a virgindade das Índias (12 anos) no
Amazonas, vale R$20,00). Duas brasileiras e dois preços!
Do livro chega. Como diz o Arnaldo Jabor, o livro é ruim. O
filme vai ser ruim. Confio no Jabor.
Mas é um megassucesso. 100 milhões de livros vendidos! . Num
tom cinza de desafio, o romance está eletrizando mulheres e homens.
Mudei meu foco para os 100 milhões de leitores. Eles, elas são
realmente os megassucessos.
As reportagens sobre o livro foram inteligentemente feitas.
As perguntas, com segunda intenção e mensagens subliminares, desnudam a autora,
o livro e as leitoras. Dá para se informar.
Assim, li testemunhos, críticas, humor (mulheres como as
lagartixas), sacrifícios, opiniões. Expressões: É careta, o mais erótico, que impacta, tom (cinza) enigmático, vou
pensar em atos iguais, cativa, choca, me apaixonei pelo Cristian?! Seduz com
maestria, é tudo que a mulherada quer (aí, pera aí, chicote foi criado por
ditadores, autoritários, mafiosos, pervertidos e religiosos).
O sucesso está no âmago das leitoras. Todas elas sonham em ser
a ‘outra’! A que dá prazer! Isto partindo da classificação que os ‘ homens’
fizeram da mulher: a IMACULADA, a minha (não tenham muita certeza), e a OUTRA, mestra na arte sexual. Hoje, Elas
querem ser a ‘OUTRA’! Um marido ciumento: E
agora? O que minha mulher vai pedir na cama? Vai arranjar amante? Foi no
que deu a historinha bíblica criada no alvorecer da civilização, fazendo-a
sonhar com a felicidade com entes celestiai s- todos assexuados. A realidade em
letras bem grandes: SEXO=PECADO CAPITAL. Os confessionários desapareceram. O
feitiço virou contra o feiticeiro.
A mulher é e foi enganada desde os primórdios, é frágil e se
dissolve na sua ignorância. Largar tudo é uma atitude drástica. É complicado o
jogo do poder. Causa espanto.
Quem está por trás? Façam o caminho do dinheiro.
Me lembro da cena de estupro
no livro de Stieg Larson, ( Os homens que não amavam as mulheres, o primeiro de uma trilogia com o tema: tráfico de
mulheres) em que ela, Lisbeth ( uma tremenda criação de personagem,) enfrenta seu tutor, que já a estuprou mas quer
repetir, grava as cenas com uma máquina de filmar e o ameaça com a divulgação.
Se defendeu com inteligência. Ali havia uma personagem-mulher. Com seus
traumas, gente, sexual, no sentido prazer. E Michael, então! Que homem! Só que
o filme irritou pelo descaso para com o livro e personagens.
Anastasia. Não é uma personagem. É um tipo – previsível,
fabricada. Cristian uma fórmula. Como será o filme? Mega-sucesso? Tenho ou não
razão? A perversão de Cristian é que enlouquece. Ah! E a que estava na
escuridão mental de Anastasia.
Fiz uma adaptação do conto Cinderela para o teatro. Quis tirar Cinderela da tortura conto em que a fizeram protagonista. Eu lhe dei um
toque de paciência e esperteza. Ela se safa da ficção e vem para a realidade
numa outra peça. Odiava sua história. Quanto ao príncipe ela já o achava uma
chatice. E PERVERTIDO. Mas a história era assim. Fazendo um paralelo com
Cristian, o príncipe tinha uma psique conturbada, pode-se dizer pervertida. Dançou com ela três noites, conversou, a
beijou, e, vendo que ela sempre se safava, pôs piche na escada para
imobilizá-la. Não deu. Ela tirou o pé do sapatinho. À procura pela dona do
sapato, Sua Alteza Imperial três vezes bateu na porta do Pai de Cinderela.
Aceitou as outras duas irmãs a princípio, mas as irmãs
tiveram que cortar dedo, calcanhar.
Cinderela — É conto de fadas ou conto-cão?
O príncipe voltou uma terceira vez. Viu-se enganado. E
defrontou-se com Ashenputel.
Cinderela — Não me
reconheceu! Só olha para meu pé! Mate a charada. Deusa das Cinzas! Te disse no
palácio!
Eu, hein!
Final: Sessão de autógrafos. Erika deslumbrada: ‘É uma diversão!’
Uma menina de 15 anos, com o livro, vem pedir um autógrafo a
ela.
Erika (com vontade de dar um pito nela):
— Sua mãe sabe que você está lendo ISTO
aqui?
Erika está bem consciente que seu livro é um ‘ISTO AQUI’ sexual. A MENINA NÃO!
— Erika, por que o pseudônimo E.L.James?
Pausa para a poesia:
É doce o conhecimento trazido pela natureza;
Nosso intelecto intrometido
Deforma os belos feitios das coisas:
Assassinamos para dissecar. (Wiliam Wordsworth)
No site http://joanarolim.com/arquivo/ um documentário (sem imagens)
sobre pesquisas e experiências científicas para desvendar os segredos do sexo. Com muita paciência.
Guerra dos sexos? Aí saímos ganhando! 20segundos a 2.
Joana Rolim
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